Tomar
medicamentos por conta própria é um grande risco. É essencial ter uma formação
que permita entender os efeitos e indicações de cada remédio, por isso a
necessidade de se consultar um médico diante de quaisquer sintomas. A
automedicação pode trazer consequências graves à saúde, como reações alérgicas
e dependência. Além disso, de acordo com o Ministério da Saúde, no caso dos
antibióticos, o hábito pode aumentar a resistência de microrganismos e inibir a
eficácia dos remédios.
Uma das
maiores preocupações é o fato de que muitas pessoas não têm ideia dos efeitos
colaterais que os medicamentos possuem e, como é possível comprar muitos deles
sem receita, pensam que não há riscos.
Os
medicamentos mais comuns no uso sem prescrição são os analgésicos,
anti-inflamatórios e antialérgicos. ”Os pacientes tendem a tomar remédios por
conta própria em caso de infecções, dores de garganta, rinites alérgicas, entre
outros problemas. Porém, todo medicamento possui efeitos colaterais. Os
anti-inflamatórios, por exemplo, podem causar azia e outros tipos de alteração
no estômago. Já os antialérgicos podem resultar em quadros de sonolência
excessiva”, alerta Dr.
Henrique Ramos, membro da Associação Brasileira de
Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial (ABORL-CCF) e professor da
Universidade Federal do Espírito Santo.
Entre os
campeões de uso sem indicação médica estão os vasoconstritores nasais. “O uso
crônico destes produtos pode causar arritmia e cardiopatias. Além disso, a
utilização desses remédios pode resultar em uma intolerância, bem como na
necessidade de se aumentar sempre a dose. Esse tipo de medicamento também causa
dependência”, destaca Dr. Henrique Ramos.
Já os
sintomas de gripes e resfriados são comumente tratados com antigripais e a
busca por um especialista é ignorada. “É claro que o paciente pode ter um
quadro clássico de resfriado, por exemplo, com coriza e nariz congestionado,
mas caso o problema persista após as 48 horas iniciais dos sintomas é
recomendado procurar um médico para que se tenha certeza de que o quadro é
realmente esse, ou se trata de algo mais grave”, conclui o
otorrinolaringologista.
Depois da
proibição da venda de antibióticos sem prescrição médica, houve uma redução
dessa conduta de automedicação, ainda assim o problema persiste. “Infelizmente,
essa proibição não mudou a postura de muitos pacientes, que vêm ao consultório
buscando a receita e não o diagnóstico”, lamenta Dr. Ali Mahmoud, médico
otorrinolaringologista do hospital das clínicas da FMUSP.
Como podem
haver ainda efeitos colaterais causados por interações medicamentosas entre um
remédio de uso constante e o que foi usado inadvertidamente, o especialista
reforça a necessidade de consultar o médico que fez a prescrição antes de tomar
qualquer medicamento. “Pacientes com hipotireoidismo, que tomam suplementação
hormonal, não podem ingerir antigripais, pois os descongestionantes presentes
neles não podem ser usados junto com os remédios com hormônios tireoidianos.
Outros remédios favorecem sangramentos e, por isso, devem ser suspensos de 10 a
15 dias antes de um procedimento cirúrgico. Enfim, há uma gama enorme de danos,
dos mais diversos, que podem ser desenvolvidos em consequência da
automedicação”, finaliza Dr. Ali Mahmoud.
Fonte: Blogdasaúde.com